Ultrassom pode acelerar tratamento de lesão e consolidação de fratura óssea
Através do som, é possível transferir energia mecânica para as moléculas do tecido lesionado. Uso para fins terapêuticos deve ser feito por profissionais especializados
Terça-feira, 11/08/2015 - Categoria:
Imagine um músico tocando um violão. Seus dedos vibram as cordas, e essa vibração se transmite ao instrumento, que vibra o ar, gerando uma onda sonora que se propaga até nossos ouvidos. É fácil perceber nesse exemplo que a nossa percepção do som do violão é o resultado de uma onda propagada pelo ar que chega até nossos ouvidos.
O som é um tipo de onda mecânica que, dependendo da sua frequência, pode ou não ser percebido pelo nosso sistema auditivo. Somos capazes de ouvir apenas os sons com frequências entre 20 e 20.000Hz. Sons acima dessa faixa são denominados ultrassons: sons que não conseguimos ouvir, mas que podem ser utilizados com fins terapêuticos.
Isso é possível porque, através do som, podemos transferir energia de um local para o outro. Por exemplo, quando um fisioterapeuta faz uso do ultrassom em uma entorse de tornozelo, o ultrassom percorre os tecidos locais, transferindo energia mecânica para as moléculas daquele tecido, interagindo assim com as células locais. Além disso, parte da energia mecânica é transformada em calor, fazendo com que os efeitos do calor também possam ser aproveitados pelo terapeuta caso haja necessidade.
Sabe-se hoje que seu uso correto ajuda a acelerar o processo inflamatório de uma lesão, assim como a consolidação de fraturas ósseas, entre outros benefícios. Mas é importante que seu uso seja feito por um profissional especializado, pois, para que seus efeitos terapêuticos sejam alcançados, devem-se levar em conta fatores como a fase da lesão, os tipos de tecidos que o ultrassom irá percorrer e a profundidade que se pretende alcançar.
Fonte: Raquel Castanharo para o G1