Samsung aposta em inovação e IoT para se destacar no setor médico no Brasil
Quinta-feira, 01/10/2015 - Categoria: Ultrassonografia Geral
A Samsung é conhecida por sua ampla participação nos mais variados segmentos de tecnologia, tendo uma família numerosa de dispositivos mobile, eletrodomésticos e quase todo tipo de aparelho eletrônico. Ainda assim, muita gente não imagina que a sul-coreana tem uma influência bastante grande no mercado de equipamentos e soluções médicas. Nesta quinta-feira (1º), a empresa aproveitou um espaço construído em sua sede em São Paulo para mostrar um pouco mais sobre os produtos que estão presentes nos consultórios e hospitais.
O responsável por apresentar essa linha da companhia foi Denilson Kuratomi, líder da divisão de HME (Health & Medical Equipaments) da Samsung. Antes de ir para os itens oferecidos pela fabricante, o executivo falou um pouco sobre a situação do mercado. O ambiente é tão promissor e com uma demanda tão alta, que empresas como GE, Siemens, Toshiba, Philips e, agora, Samsung resolveram investir de forma agressiva na área.
No Brasil, em especial, tudo é muito mais atrativo, especialmente no próspero segmento de obstetrícia. Como o país tem uma alta natalidade e há uma proximidade muito maior da paciente e do médico na hora de fazer os exames antes do nascimento do bebê, a companhia apostou em valorizar ainda mais esses momentos que já são bastante especiais para os futuros pais em terras brasileiras. É algo bastante comum, por exemplo, que esse público leve para casa DVDs ou pendrive com arquivos de vídeos ou fotos da consulta pré-natal – em um formato fácil para que a família possa conferir tudo em casa.
Por aqui, a sul-coreana anda se destacando na ultrassonografia, área em que a empresa é a atual líder de mercado, vendendo cerca de 1,1 mil unidades de seus produtos anualmente – um número que pode parecer pequeno, mas é compensando pelo valor de cerca de R$ 150 mil por item.
Assim, o evento foi a oportunidade ideal para mostrar seu novo top de linha do setor, o ultrassom WS80A, que ao custo de R$ 350 mil oferece uma nova leva de recursos, melhor qualidade de imagens e mais precisão nos diagnósticos.
Valorizando o momento
O desafio atual, nesse ponto, principalmente para o médico ou hospital, é como recuperar o dinheiro investido nesse tipo de equipamento. Felizmente, a Samsung parece bastante comprometida em ajudar a amaciar, da forma mais fluida possível, esse gasto. A companhia resolveu, então, pegar toda a tecnologia voltada para o diagnóstico, modificá-la um pouco e entregar uma experiência única para o consumidor. Os centros de pesquisa da empresa em Manaus e Campinas, foram os responsáveis pela missão.
O objetivo foi simples: utilizar a demanda do público para, ao mesmo tempo, criar uma nova forma dos pais e familiares curtirem os momentos antes do nascimento da criança e um modo do médico se diferenciar nesse mercado – que é bastante concorrido. Lembra da história com os DVDs e pendrives com o material da sessão de ultrassonografia? Para a sul-coreana, isso é coisa do passado. Um exemplo disso é que o conteúdo gerado pelo WS80A pode ser transferido direto para um aplicativo móbile chamado Hello Mom e conferido no celular.
O número de possibilidades que isso abre é bem alto, já que os scans tridimensionais em alta qualidade feitos com a figura do bebê, os dados de medidas do pequeno – peso, altura e medidas em geral – e todo o histórico das consultas ficam nas mãos dos clientes e podem ser compartilhados com amigos e membros da família. Há também a possibilidade de montar um
álbum com fotos desses exames, que, ao serem captadas pela câmera do app, ganham vida na tela do smartphone ou tablet – com direito ao clássico som das batidas do coração do feto.
Pode parecer algo bobo para quem não tem filhos, mas a união de conceitos de Internet das Coisas e de conectividade oferece uma forma bem interessante de eternizar essas memórias. O software ainda pode se conectar a um sistema de IPCam para permitir acompanhamento virtual
dos exames, visando o pai que não podem estarjunto da mulher no dia da visita ao obstetra. Do ponto de vista dos negócios, o equipamento disponibiliza diversas informações para o profissional, como tabelas com dados sobre tempo e número de atendimentos diários.
Voz da experiência
No evento, Paulo Sergio Cossi, ginecologista e obstetra, deu seu parecer sobre a evolução dessa tecnologia. Trabalhando com esse tipo de produtos desde a década de 1980, o doutor viu as figuras saírem de um monitor de baixa resolução e 256 tons de cinza para imagens detalhadas e capazes de trazer o feto à vida no display – como se fosse uma vista de dentro da
barriga da paciente. “Já não é mais só ver a cara do bebê, mas sim ver se ele se parece mais com o pai ou com a mãe”, brincou o médico ao falar da qualidade atual dos ultrassons.
Para demonstrar, Cossi fez uma consulta ao vivo na sede da Samsung, analisando as condições da pequena Lucia Helena, de apenas 27 semanas. Em pouco momentos, foi possível conferir no monitor de 21,5 polegadas do WS80A as imagens da bebê de todos os ângulos. O médico mostrou que é possível tratar todo o material – como se fosse uma espécie de Photoshop – para melhorar a visualização da criança e até otimizar o conteúdo para ser exibido em TVs 3D. Futuramente, o suporte pode se estender aos óculos de realidade virtual.
Adepto da ideologia de sempre ter os melhores equipamentos, o obstetra fez questão de afirmar que nem tudo tem a ver com retorno de investimentos ou experiência do cliente. Para ele, o nível de detalhes dos novos ultrassons – capaz de monitorar o embrião desde cedo – permite identificar problemas no bebê de uma forma bastante antecipada. Isso possibilita a realização de uma série de intervenções médicas que podem salvar a vida da criança, como cirurgias de emergência dentro do útero ou preparações para o momento do nascimento.
Quer pagar quanto?
O grande enigma para a Samsung e seus parceiros no ramo médico, agora, é até que ponto o público está receptivo para todas essas novidades e as consultas com valor agregado. “Queremos saber o quanto o paciente está disposto a pagar para tertudo isso com ele”, explicou Kuratomi, mostrando que a empresa está procurando meios de viabilizar o conceito apresentado durante o evento. Conceito? Sim, o projeto com aplicativo, álbuns e arquivamento de informações sobre o bebê ainda está na fase de projeto.
Os primeiros testes com esses recursos serão feitos em novembro deste ano no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. A ideia é que esse período piloto dê os direcionamentos necessários para que a companhia faça os ajustes necessários e expanda os negócios. Em um site dedicado apenas a linha de ultrassons da Samsung, é possível buscar quais consultórios mais próximos a você terão aparelhos como o WS80A, podendo programar suas futuras visitas ao obstetra – caso tenha uma graninha separada para gastar.
Vale notar que, apesar de as ferramentas apresentadas serem criadas em solo brasileiro e visarem o público nacional, o novo item revelado no evento não é tão novo assim. O ultrassom já foi lançado há cerca de um ano fora do país, mas, segundo Kuratomi, uma série de burocracias na regulamentação do equipamento no Brasil. Mesmo com o atraso considerável em relação a outros mercados, o executivo revelou que pelo menos 16 peças do WA80A já foram vendidas por aqui, mostrando que os profissionais estão de olho nas inovações.
Toda essa estratégia – aliada a venda de produtos de tomografia e, futuramente de raios-X – também faz parte do esforço da Samsung em se estabelecer como um dos principais participantes do mercado de aparelhos hospitalares. Hoje, a empresa está no top 5 do setor, mas pretende que, até 2020, esteja no primeiro lugar do segmento em território nacional.
Fonte: TecMundo