Rede de Saúde em Natal torna-se referência em partos humanizados
Maternidades da Prefeitura de Natal priorizam os partos naturais. Gestantes aprovam política adotada pelas equipes da Secretaria de Saúde
Segunda-feira, 09/05/2016 - Categoria: Ginecologia e Obstetrícia
O parto é um momento sublime na vida da mulher. Para tornar este ato ainda mais único, especial e inesquecível na vida das mamães da capital potiguar que procuram atendimento nas unidades materno-infantis da rede pública municipal de saúde, a Prefeitura de Natal vem priorizando práticas voltadas para o chamado “parto humanizado”.
O termo “humanizado” pode ser interpretado de diversas maneiras. A palavra "humano" muitas vezes se associa à retirada do sofrimento ou a algo menos doloroso. No caso do parto, trata-se de viver o processo de uma forma natural, mesmo que possa envolver incômodo ou medo. O objetivo é deixar de interferir de forma mecânica no parto, tornando as mulheres protagonistas e participantes ativas das decisões, em parceria com os profissionais que lhes dão assistência.
A Maternidade Leide Morais, localizada no bairro Nossa Senhora da Apresentação, Zona Norte de Natal, é uma das referências no campo do parto humanizado. A diretora da unidade, Rosário Bezerra, explica que o foco das equipes da maternidade está diretamente ligado à prática. “Em virtude da alta demanda, é muito comum que os partos sejam acelerados com medicamentos, mas aqui isso não acontece. Na Leide Morais, a gestante vive intensamente o momento do parto e fica no centro das decisões. Nós as acolhemos, desenvolvemos todo o plano de parto, sempre respeitando as particularidades de cada uma”, descreve ela.
De acordo com Rosário, o mínimo de medicação é ministrada às pacientes e há todo um acompanhamento dos procedimentos por parte dos pais ou de outras pessoas autorizadas. O objetivo é fazer com que o parto não seja um ato meramente biológico, mas sim um acontecimento para todos os envolvidos. A diretora ressalta ainda que tudo é devidamente supervisionado pela equipe de médicos obstetras, pediatras, enfermeiras e técnicas de enfermagem. Nada fica alheio a eles.
A dona de casa Elizângela Oliveira, de 33 anos, vivenciou de perto a experiência do parto humanizado. Ela deu à luz o segundo filho nas dependências da Maternidade Leide Morais. Segurando o pequeno João Manoel, que nasceu no último dia 3 de maio pesando 3,2 kg e medindo 48 centímetros, a dona de casa conta que optar pelas práticas humanizadas do parto foi a sua melhor escolha. “Foi um momento inesquecível. Não poderia ter tido uma assistência melhor”, classificou.
No leito ao lado, Aliane Holanda, 24 anos, não tirava os olhos do agitado Léo Ravi. Ele também veio ao mundo no dia 3 de maio. Apesar da maioria dos partos da Leide Morais serem normais, as condições dela não foram favoráveis e a equipe médica teve que realizar uma cesárea. Mesmo com o procedimento bem mais invasivo, o parto também contou com práticas humanizadas. “Foi um verdadeiro sonho. Senti poucas dores e o trabalho dos médicos e enfermeiros foi espetacular. Fiquei bem à vontade e agora estou aproveitando cada segundo com o meu filho”, comemora Aliane.
A diretora da maternidade, Rosário Bezerra, destaca os benefícios do parto humanizado tanto para as mães quanto para os bebês. “A recuperação das gestantes é mais rápida e as crianças reagem melhor, têm um desenvolvimento cognitivo mais rápido, enfim, a escolha pelo parto humanizado repercute até a vida adulta dos indivíduos. Todos só têm a ganhar com o avanço dessas práticas”, garante.
Além da Maternidade Leide Morais, as técnicas do parto humanizado são adotadas nas demais unidades materno-infantis da rede pública administradas pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS): a Maternidade de Felipe Camarão e na Maternidade Dr. Araken Pinto.
A Maternidade de Felipe Camarão, inclusive, é pioneira no parto humanizado na rede pública de Natal. Premiada pelo Ministério da Saúde na edição do Prêmio Galba de Araújo em 2002, a unidade realiza aproximadamente 100 partos por mês, além do tratamento clínico, domiciliar, aleitamento, saúde bucal, vacina, cardiotocografia, fonoaudiologia, teste do olhinho, cavalinho, massagem, entre outros. Além disso, as mulheres recebem apoio físico e emocional de profissionais capacitadas ajudando com a amamentação e os procedimentos pós-parto.
Fonte: G1