Recomendação de jejum para exames começa a mudar no Brasil
É a evolução de uma determinação de jejum da década de 70. Decisão final ainda é do médico e do laboratório
Quarta-feira, 28/12/2016 - Categoria: Bem Estar
A recomendação de períodos muitos longos de jejum pra fazer alguns tipos de exame de sangue está começando a mudar no Brasil.
Você já deve ter vivido aquele momento em que você vai dar uma garfada deliciosa no jantar fresquinho e a comida para na entrada da boca, porque você lembra: "Tenho que ficar 12 horas sem comer nada pra fazer um exame de colesterol amanhã cedo".
“É bem chato, ainda mais quando você chega lá e ainda está fila, você tem que esperar, às vezes passa das 12 horas, às vezes 14 horas sem comer nada. E aí é difícil, dá vontade de xingar”, afirma a dona de casa Katia Aparecida da Silva.
Com fome todo mundo fica irritado mesmo, difícil. E às vezes nem é só uma questão de mau humor.
Jornal Nacional: A senhora tem diabetes?
Kelly Vieira: Tenho
Jornal Nacional: E aí como é pra senhora ficar sem comer tanto tempo?
Kelly Vieira: Baixa a glicemia, eu passo mal, é complicado.
Bom, dona Kelly, a notícia que a gente tem agora pra senhora, então, é bem legal. A comunidade médica que está dizendo: chega de passar mal em fila de laboratório na hora de fazer um exame de colesterol e triglicérides. O jejum nesse caso já não é mais o mesmo.
“Isso vai ajudar bastante para os diabéticos, para os idosos também, que passavam muito tempo sem se alimentar. Para os idosos, para as crianças, é um benefício pra todos os pacientes, esses principalmente”, avalia o diretor da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica, Carlos Eduardo dos Santos,
Essa questão foi muito discutida e aprovada por cinco sociedades médicas brasileiras e na verdade segue uma tendência que é mundial. A justificativa é muito simples. As máquinas de agora são supermodernas, fazem as análises praticamente sozinhas com uma interferência de resultado mínima no fato do paciente ter ou não comido alguma coisa pouco antes de tirar o sangue.
É a evolução de uma determinação de jejum muito antiga, que vinha lá de trás, da década de 70, quando a tecnologia logicamente era muito mais atrasada.
Mas a gente está falando de uma recomendação. A palavra final ainda é do médico e do laboratório. Eles que decidem se, antes do exame, a boca fica parada um tempão ou trabalha sem remorso.
“Como é um dado relativamente novo dentro da literatura médica, nem todo colega vai achar que está no momento já de liberar o jejum pra poder interpretar os resultados dos pacientes. Cada laboratório, de acordo com as técnicas que ele usa para as dosagens, pode dizer consigo sim, consigo não”, explica Tânia Martinezn da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Mas uma coisa é fato. Repara no bom humor de quem não está fazendo o exame de barriga vazia. Sim, já tem laboratório seguindo a tal nova recomendação.
“Muito, muito melhor. Acho que procedimento de saúde quanto mais deixar a pessoa livre e quanto mais a gente ficar sem aquela sensação de restrição acho que é bom”, afirma a farmacêutica Neila Negrini.
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Fonte: Jornal Nacional