Radiologia tem papel decisivo no diagnóstico do abuso contra crianças

A identificação das evidências de agressões físicas em crianças é uma tarefa complexa e que, em radiologia, costuma ser um desafio para os profissionais porque são eles, em geral, os primeiros a identificarem o problema. E há ainda a responsabilidade de fazer a comunicação adequada aos órgãos competentes, nos casos de confirmação da agressão, contribuindo para que novos abusos deixem de acontecer, podendo evitar inclusive a morte da vítima.

Nos Estados Unidos, novas pesquisas e a edução continuada estão levando a radiologia e os cuidados com a saúde a importantes avanços no diagnóstico de abusos a crianças. Fraturas em diferentes estágios da infância são identificáveis nos exames de imagem. Os achados  radiológicos em crianças são especialmente importantes quando o relato de pais e cuidadores sobre o incidente não correspondem ao que mostram as imagens.

“Identificar uma criança vítima de abuso pode ser um processo complexo e difícil”, afirmou a pesquisadora Sarah Sarvis Milla, professora de radiologia e ciência da imagem na Emory Universidade Escola de Medicina, de Atlanta (USA), em entrevista à publicação RSNA News. “Felizmente os radiologistas não trabalham sozinhos. Outros profissionais da saúde estão também interessados em ajudar as crianças”.

A especialista afirmou que o mais importante a fazer no caso de achados suspeitos na imagem é conversar com o médico que acompanha a criança. “Comunicação é imperativa. O radiologista precisa conhecer a história da criança  e saber também se existe algum problema ou desordem metabólica que possa estar gerando o quadro”.

As pesquisas radiológicas sobre fraturas também levam os radiologistas a avaliarem outros possíveis diagnósticos de doenças ou síndromes nas crianças, a exemplo de raquitismo e displasia. De fato, a diferenciação entre as fraturas que podem ser causadas por abusos das fraturas causadas por condições de saúde subjacentes é algo controverso na radiologia, especialmente nos casos de raquitismo, o que geralmente envolve carência de vitamina D.

Ao longo das últimas décadas, os maiores avanços no entendimento das causas das lesões em crianças tiveram a contribuição das tecnologias de CT e MRI. Em 2009, o Colégio Americano de Radiologia publicou trabalho com os critérios da imagem  para identificação dos casos de abusos e vários protocolos específicos foram desenvolvidos em diversas instituições.O uso da tecnologia PET também se mostra eficiente no diagnóstico do abuso.

As contribuições da radiologia para o diagnóstico preciso das agressões contra crianças serão tema de matéria da próxima edição do jornal ID Interação Diagnóstica. Você vai conhecer as novas descobertas de pesquisadores norte-americanos e os avanços do trabalho no Brasil.  

Fonte: Interação Diagnóstica (via RSNA News)