Qualidade do pré-natal reduz índices de mortalidade materna
Em 2015, 45,5 mulheres morreram a cada cem mil nascidos vivos no Paraná, diz Sesa. Grávidas de alto risco recebem atendimento especializado em programa
Terça-feira, 05/07/2016 - Categoria: Ginecologia e Obstetrícia
A nutricionista Joyce Yoshida de Londrina, no norte do Paraná, conta animada as evoluções do filho Francisco, de 10 meses. Quem a vê feliz, bem de saúde e com o bebê no colo, nem imagina que ela teve uma gravidez de alto risco. Aos seis meses e meio de gestação ela teve pré-eclâmpsia e precisou ser atendida com urgência em um hospital do município.
“Nós sabíamos que o Francisco seria prematuro, acreditávamos que ele nasceria entre o 7° e 8° mês, pois sou hipertensa e estava fazendo acompanhamento especializado. Mas, não imaginava que o parto seria tão cedo. Hoje, eu e meu filho estamos bem porque tivemos atendimento e acompanhamento adequado”, conta a nutricionista. Como nasceu prematuro, Francisco ficou 75 dias internado no Hospital Evangélico.
Casos positivos como de Joyce, de mulheres com gestação de alto risco que tiveram bebês saudáveis e estão bem de saúde, têm aumentado nos últimos cinco anos no estado. No entanto, ainda há registros de casos de mortalidade materna.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), para cada cem mil nascidos vivos 45,5 mulheres morreram em 2015. O índice é 23,5% menor do que nos primeiros dez anos deste século. Entre 2001 e 2010, em média, 65,11 grávidas morriam a cada cem mil nascidos vivos.
“O pré-natal é importantíssimo. É nesse atendimento que se identifica e se inicia ações de prevenção de patologias. Quanto mais cedo essa mulher é classificada, mais cedo é identificado os riscos e mais rápido é o encaminhamento para um centro de referência que iniciará os cuidados necessários”, explica a enfermeira Neusa Queiroz de Aquilar.
Atualmente, a doença hipertensiva específica da gravidez, hemorragia e infecções têm sido as principais causas de mortalidade materna no estado. Com a implantação do programa estadual Mãe Paranaense, que cuida de grávidas e bebês recém-nascidos, os fatores de risco têm sido controlados com mais frequência.
“Trabalhamos para evitar falhas e problemas que podem surgir. Mas, infelizmente nem toda mãe adotará todas as medidas necessárias para ter uma gestação tranquila. Por exemplo, atendíamos uma gestante que fumava desde a adolescência. Ela engravidou com quase 40 anos e fumou muito durante toda a gravidez. Orientamos, alertamos sobre os riscos, fizemos tudo o que podíamos, no entanto ela não teve os cuidados necessários e morreu no pós-parto. São situações como essa que o programa não tem como mudar”, detalha Márcia Huçulak.
Saiba mais sobre o Programa Mãe Paranaense.
Dados do Brasil
Dados do Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, mostram que o Brasil registrou 1.686 casos de mortalidade materna em 2013. Dessas mortes, 20% foram causadas por hipertensão, 12% por hemorragia, 7,3% por doenças cardiovasculares complicando a gestação, parto e o puerpério, que é o período de 45 dias depois do parto, e 6,3% por infecção puerperal.
A região nordeste registrou o maior número de casos em 2013 com 617 óbitos. Na sequência aparecem a região sudoeste com 569 registros, norte com 232, sul com 135 e centro-oeste com 133 mortes.
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), o país reduziu a taxa de mortes maternas em 43% desde a década de 90.
Para os médicos
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Fonte: G1