Pré-eclâmpsia pode ser tratada nos três primeiros meses de gestação
Dra. Juliana Abdalla alerta para a importância de cursos de aprimoramento para que os ginecologistas e obstetras possam ser mais assertivos nos diagnósticos
Sexta-feira, 14/09/2018 - Categoria:
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde – OMS -, a pré-eclâmpsia atinge cerca de 5 a 7% das gestantes e está entre as principais causas de óbito no Brasil e no Mundo. Entretanto, estudo científico divulgado recentemente aponta para a eficácia no tratamento com aspirina a partir do terceiro mês da gestação. A taxa de sucesso está em torno de 80%. Essa informação pode mudar as estatísticas e salvar a vida dos bebês e das mães.
A pré-eclâmpsia é uma complicação grave durante a gestação e acontece quando o médico identifica, por meio da ultrassonografia, uma alteração na dilatação dos vasos do útero. Essa dilatação deve acontecer naturalmente para alimentar o bebê com todos os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento, mas em algumas gestantes isso não acontece. Nesses casos, há um aumento da pressão para manter a nutrição para o feto e a mãe, e a mãe apresenta quadro de hipertensão – fator central da pré-eclâmpsia. Quando isso ocorre até o oitavo mês da gestação os riscos de complicações são altos – pois, caso o bebê tenha que ser retirado as chances de ele ter algum problema de saúde, ou não sobreviver, são maiores.
“A doença está diretamente relacionada com a pressão alta, mas engana-se quem pensa que por ter pressão baixa está livre de ter este problema, pois, pode haver aumento de pressão durante a gestação”, reforça Dra. Juliana Abdalla, ginecologista obstetra e professora do Cetrus – centro de ensino que oferece curso em Diagnóstico por Imagem para médicos.
Assim como muitas doenças, o rastreamento precoce da pré-eclâmpsia também pode salvar vidas. Se não identificada, ela evolui para a pré-eclâmpsia – o que pode levar à morte da mãe e do bebê. De acordo com a Dra. Juliana Abdalla, o diagnóstico e o tratamento são simples, mas imprescindíveis.
“É importante começar o pré-natal o quanto antes, pois, conseguimos reduzir os índices da doença começando o tratamento impreterivelmente no terceiro mês. Os estudos científicos ainda não comprovam a eficácia do tratamento do quarto mês em diante”, alerta Dra. Juliana Abdalla.
Existem alguns sinais que servem de alerta para as gestantes que sugerem a pré-eclâmpsia. Veja:
- Pressão alta
- Dores de cabeça
- Inchaço nas pernas
- Dores no abdômen
- Ganho de peso – retenção de líquido
- Náusea
- Alterações da visão
- Aumento de proteinúria, isto é, perda de proteína pela urina
Importância do treinamento e especialização
A Dra. Juliana explica que há um procedimento que os médicos devem seguir para identificar os fatores de risco e, com isso, dar início o quanto antes ao tratamento. “Um procedimento simples, mas que tem surpreendido com os resultados. O acompanhamento por meio de exames é essencial para que a gestação siga de forma saudável até parto e que mãe e filho possam curtir um ao outro depois sem nenhuma complicação”, conclui a especialista.
Os médicos, especialmente os mineiros, terão a chance de atualizar os conhecimentos sobre a pré-eclâmpsia, pois, o Cetrus está oferecendo uma Jornada de Atualização em Ultrassonografia que terá a discussão da doença na programação. Será uma oportunidade para trazer informações sobre a eficácia da aspirina infantil no tratamento, demonstrativo de como realizar o exame de ultrassonografia especifico e o passo a passo para fazer o rastreamento e o tratamento.
Dra. Juliana Abdalla
Ginecologista e Obstetra com pós-graduação em Medicina Fetal no Cetrus, São Paulo, Fellow em Medicina Fetal com o Prof. Philippe Jeanty, Nashville, EUA, certificado de Atuação em Medicina Fetal – FEBRASGO, mestrado em Saúde da Mulher pela Universidade Federal de Minas Gerais, título de Especialista em Ultrassonografia pelo Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO).