Mulheres na pós-menopausa conseguem melhorar vida sexual com Laserterapia e Radiofrequência Fracionada
Indicados também para quem não pode fazer reposição hormonal, métodos já têm sido utilizados em consultórios de ginecologistas
Terça-feira, 15/05/2018 - Categoria: Ginecologia e Obstetrícia
Antes que o título desse texto o leve a pensar que as mulheres não podem ter uma vida normal na pós-menopausa, quando os ovários não mais exercem sua função e o corpo para de fabricar hormônios que dão boa textura ao cabelo, à pele, formato ao corpo, entre outras importantes particularidades femininas, entenda que é plenamente possível amenizar os efeitos de muitas complicações comuns nesta fase e alcançar qualidade de vida plena – sobretudo quando se pensa em atividade sexual. Não faz muito tempo, Laserterapia e Radiofrequência Francionada Microablativa foram incorporadas à rotina dos ginecologistas e, atualmente, cresce o número de profissionais da área que buscam conhecimento para utilizar os métodos em seus tratamentos.
De acordo com a ginecologista e obstetra Eliana Viana Monteiro Zucchi, cerca de 70% de suas pacientes apresentam sintomas da chamada “Síndrome Urogenital” de três a quatro anos após a menopausa, isto é, depois da última menstruação. “Além da atrofia que gera um desconforto na relação sexual, chamada de dispareunia, é possível aparecerem também ardor vaginal, corrimentos, coceiras, infecções urinárias de repetição, urgência miccional e uma incontinência urinária leve em parte das mulheres que estão no ciclo pós-menopausa”, explica a doutora, que também é coordenadora do curso de Laserterapia e Radiofrequência Fracionada Microablativa do Cetrus.
Tanto no dia a dia do consultório como no ensino dos métodos a colegas de área no curso do Cetrus, a Dra. Zucchi se depara com pacientes que dizem sofrer mais com incômodos decorrentes da “Síndrome Urogenital” do que com a enfermidade em si. “Eu tive uma senhora, paciente do curso, que desenvolveu uma dermatite amoniacal a partir da incontinência urinária. Isso nada mais é que uma assadura típica de bebês, que acontece por conta da umidade da veste, fralda ou absorvente em mulheres que perdem urina com frequência”, conta. “Essa senhora veio para a segunda sessão e parecia que estava mais feliz pela melhora da dermatite do que com a diminuição da incontinência”, esclarece.
Não à toa, mulheres que procuram ginecologistas reclamando de dores na região vaginal têm uma grata surpresa ao serem apresentadas a ambos os métodos, que atuam de maneiras distintas (um emite raio laser e outro radiofrequência), mas trazem benefícios similares. “A gente consegue corrigir uma atrofia vaginal em três sessões, num intervalo de 30 a 40 dias entre elas, já com bom resultado. É definitivo? Não! Sempre explico para as pacientes: é como aplicar um botox, que corrige e diminui as rugas de expressão, mas tem um tempo de validade, entre 9 e 10 meses - às vezes, um ano, dependendo da genética da paciente”, afirma a médica.
Por que o tratamento é ideal para mulheres que não podem tomar hormônio
Antes de qualquer coisa, é preciso explicitar que Laserterapia e Radiofrequência Fracionada começaram a ser utilizadas por cirurgiões plásticos antes de chegar aos consultórios dos ginecologistas – até hoje. Não são raros os casos de pacientes que procuram o ginecologista porque não se sentem bem com a estética da vagina. Em suas aulas, a doutora Eliana Viana Monteiro Zucchi faz questão de ressaltar que o profissional deve ter senso crítico - e, sobretudo, ético - para não realizar um procedimento de forma desnecessária.
Bem antes de serem aplicados em mulheres na pós-menopausa, a Laserterapia e a Radiofrequência Fracionada foram recomendadas para pacientes jovens que tiveram câncer de mama. No caso destas, por serem submetidas a uma terapia para diminuição dos níveis hormonais, os métodos também amenizam os reflexos do atrofiamento da vagina e permitem uma vida sexual mais saudável. “Não só pela contraindicação, no caso das pacientes com câncer de mama e até mesmo aquelas com trombose, existe hoje uma espécie de ‘hormônio fobia’ por parte das mulheres. Então, tratam-se de técnicas adequadas por serem indolores (não requererem anestésicos) e isentas de riscos, sobretudo para pacientes que não podem fazer uso de hormônio”, atesta a doutora.
Converse com o seu ginecologista e saiba mais sobre esses métodos.