Ministério da Saúde vai rever critério para definir microcefalia
Mudança atende aos padrões da Organização Mundial da Saúde. Com a mudança, casos de microcefalia em Pernambuco caem para 211
Sexta-feira, 04/12/2015 - Categoria: Ginecologia e Obstetrícia
O Ministério da Saúde acompanhou uma decisão do governo de Pernambuco e mudou o critério para notificação de microcefalia. Segundo o ministério, a mudança atende aos critérios da Organização Mundial da Saúde. Pelas novas regras, todos os recém-nascidos que tiverem a circunferência do crânio menor que 32 centímetros são notificados como casos de microcefalia.
Antes da decisão, Pernambuco adotava como medida 33 centímetros. Dos 646 casos notificados no estado, 211 seguem o novo critério. “É importante esclarecer que todos os bebês que já foram notificados até hoje vão ter garantido o atendimento na nossa rede de referência. E a partir de agora, os que nascerem com perímetro cefálico acima de 32 centímetros vão ser avaliados pelos médicos”, explica Luciana Albuquerque, secretária executiva de vigilância em saúde de Pernambuco.
Para as autoridades de Pernambuco, bebês com circunferência do crânio medindo 33 centímetros não são casos de microcefalia, mas vão receber acompanhamento médico. O tamanho reduzido do crânio pode ser comparado por exames de tomografia, antes mesmo do nascimento do bebê.
“O cérebro é cheio de sulcos e, no caso dessas crianças, existe uma simplificação, uma má formação do desenvolvimento cerebral. Então, o córtex deles, em vez de ser cheio de sulcos, ele é liso. Em grande parte das crianças, ele é bem mais liso do que deveria ser”, relata o radiologista Adriano Hazin.
Mães e bebês com microcefalia estão fazendo exames de sangue para determinar se a má formação do cérebro está diretamente ligada ao Zika vírus. Também está sendo retirado líquido da coluna dos bebês para o diagnóstico.
Prevenção
Só existe uma maneira de reduzir os estragos causados pelo mosquito transmissor da dengue, da febre chikungunya e do Zika vírus: partir para o combate ao Aedes aegypti.
Nesta sexta-feira (4), começa uma nova frente de batalha em Recife. Caminhões começaram a recolher entulhos, móveis e todo lixo jogado nas ruas dos bairros onde há maior infestação dos focos do mosquito. Toda essa sujeira servia de criadouro. "A gente está centrando fogo em todas as possibilidades de eliminação de focos", afirma Jurandir Alves, gerente de Vigilância Ambiental de Recife.
Fonte: G1