Médica do Cetrus fala das principais novidades em elastografia e benefícios do exame
Profissionais que pretendem fazer o curso ganham em conhecimento, remuneração e precisão nos diagnósticos
Terça-feira, 22/11/2016 - Categoria: Institucional
No Brasil, estima-se que entre 2 e 3 milhões de pessoas sejam portadoras do vírus da hepatite C, sendo que a maioria desconhece o diagnóstico. Recentemente, novas medicações foram desenvolvidas para o seu tratamento, com taxas de cura superiores a 90% e menos efeitos colaterais que as medicações anteriores. “Nos pacientes, a indicação terapêutica é determinada pelo grau de comprometimento do fígado pela fibrose. Hoje o governo disponibiliza novas drogas para estes pacientes, com alta eficácia, poucos efeitos colaterais, curta duração (12 semanas) e com altas taxas de erradicação do vírus C, porém com custos bastante elevados. Somente receberão medicação do SUS os pacientes que apresentarem fibrose severa ou cirrose (F3 ou F4), por isso a importância na precisão do diagnóstico”, explica a Dra. Cláudia Lemos.
Em busca de diagnósticos mais preciso, métodos mais seguros e com menores custos, a medicina tem evoluído e hoje vive a era do diagnóstico não invasivo. É o que afirma a médica Dra. Cláudia Lemos, coordenadora do curso de elastografia, no Cetrus. “Neste contexto, a elastografia hepática ultrassônica é capaz de substituir a biópsia com alta precisão, com menores custos e sem complicações associadas, facilitando e agilizando o acesso dos pacientes ao tratamento medicamentoso”, afirma.
Até então, o padrão ouro de diagnóstico era a biópsia hepática, procedimento invasivo, sujeito a maiores erros de interpretação e a complicação graves, que incluem o óbito do paciente. Mas, desde setembro de 2015, o SUS deliberou por unanimidade a recomendação da incorporação da elastografia hepática ultrassônica como método diagnóstico eficaz na avaliação da fibrose hepática.
Condecorada com o Certificado de Mérito e com o 2º lugar no Prêmio FujiFilm JPR´2016 na 46ª Jornada Paulista de Radiologia, a Dra. Cláudia apresentou o trabalho “Avaliação da acurácia da biópsia prostática dirigida por elastografia por compressão no diagnóstico do câncer de próstata”, com o qual verificou que a taxa de detecção do Câncer de Próstata pela Elastografia foi significativamente maior em relação aos outros métodos de avaliação ultrassonográfica da próstata, aumentando assim a positividade dos resultados das biópsias prostáticas quando este método foi utilizado para guiar as biópsias prostáticas.
A médica participou recentemente do 6º Encontro Internacional de Sonoelastografia, na Itália, e conta que a principal perspectiva para os próximos anos é de que ocorra uma melhor padronização do método entre os diversos fabricantes, permitindo medidas reproduzíveis, mais precisas e que sejam consistentes nas diferentes plataformas de avaliação elastográfica por ultrassonografia. Sobre as novidades já acessíveis no Brasil, aponta a presença do método nos diversos aparelhos de ultrassonografia e a sua crescente aplicação nas diversas áreas médicas, tais como doenças vasculares, pancreáticas, intestinais, renais e escrotais.
Com o curso que coordena no Cetrus ao lado da Dra. Elizabeth Sanchez Ayub e do Dr. Fernando Guastella, Dra. Cláudia acredita que o aluno estará mais preparado para interpretar corretamente os exames, além de obter maior conhecimento das diversas patologias avaliadas pelo método, podendo-se também falar em consequente aumento de remuneração, uma vez que o exame ainda não consta no rol da ANS, sendo realizado apenas como exame particular. A melhora da qualidade no atendimento na clínica de ultrassonografia também ocorrerá, uma vez que os aparelhos de ultrassom utilizados para realização de elastografia são aparelhos de alta performance.