Matéria sobre Ultrassom na Revista Crescer, por Dr. Sebastião Zanforlin
Quinta-feira, 03/11/2011 - Categoria:
Este mês saiu na Revista Crescer ( Ed.215/ Outubro 2011) uma matéria onde o Dr. Sebastião Zanforlin responde algumas perguntas sobre o Ultrassom
Perguntas abordadas:
Os ultrassons são rotina durante a gravidez, mas quanto você realmente sabe sobre eles?
Aqui, respostas para todas as suas dúvidas.
O que é o ultrassom?
É uma técnica de geração de imagens que utiliza o princípio físico das ondas sonoras de alta frequência. Essas ondas são enviadas para o seu útero e, ao encontrar os tecidos do bebê, retornam as informações para o computador, que as analisa e as transforma em imagens: você vai ver seu filho na telinha. Esse exame é o melhor aliado do médico durante o pré-natal, pois fornece informações importantes sobre você e o feto.
Quando é realizado o primeiro?
O ultrassom transvaginal é realizado a partir da 5ª semana. O procedimento é indolor e dura cerca de 40 minutos. “Em geral, as mulheres sentem um misto de ansiedade e felicidade durante o exame, que confirma a gravidez”, afirma Sebastião Zanforlin, especialista em ultrassonografia pela Faculdade de Medicina de Valência (Espanha) e professor do Centro de Treinamento em Ultrassonografia (SP). O radiologista analisa se a idade gestacional corresponde ao atraso menstrual, se são um ou mais bebês, ouve os batimentos cardíacos, mede o comprimento entre a cabeça e o bumbum e ainda descarta alguma complicação.
Quais outros são recomendados?
Pelo menos mais três. Todos são cobertos pelo plano de saúde e duram cerca de 50 minutos. No Sistema Único de Saúde não existe um núme ro mínimo ou máximo de ultrassons a serem realizados, vai depender do pedido do médico. O ultrassom morfológico via abdominal ou transvaginal (o que é mais raro) é feito entre a 11ª e a 14ª semanas. O médico verifica a anatomia do feto, a qualidade do líquido amniótico e a translucência nucal (medida da prega da nuca do bebê para afastar o risco de síndromes cromossômicas, como a de Down). No do segundo trimestre, realizado entre a 20ª e a 24ª semanas, é possível acompanhar o crescimento, detectar malformações e, enfim, descobrir qual é o sexo. Já o do terceiro trimestre, feito entre a 28ª e a 32ª semanas, ou entre a 34ª e a 36ª, além de avaliar o crescimento e o peso, verifica os batimentos cardíacos, a quantidade de líquido amniótico, a maturação da placenta, o pocisionamento no útero e detalhes dos órgãos internos e dos membros. Existe ainda o ultrassom com doppler, feito em qualquer período da gestação com indicação médica. O especialista verifica o fluxo de sangue, a vitalidade, a resistência vascular e o grau de oxigenação em determinados órgãos e artérias.
Como devo me preparar?
Você precisa se sentir segura. “No ultrassom, informações importantes são coletadas. Por isso, a presença do pai ou de um acompanhante ajuda a mulher a ter confiança”, diz Mário Henrique Burlacchini de Carvalho, responsável pela área de Medicina Fetal do Fleury Medicina e Saúde (SP).
E se algo suspeito é visto?
O ultrassom mostra o indício do problema, mas não é um diagnóstico fechado. Não tente esclarecer as dúvidas com o radiologista, ligue para o seu obstetra. Ele é a pessoa mais preparada para conversar com você e é quem pode avaliar o resultado e apresentar alternativas. “O exame é como um filtro, que pode colocar a gestante no grupo de risco ou não, mas são necessários exames complementares para definir qualquer alteração”, afirma Zanforlin.
Por que algumas mulheres precisam fazer vários?
“Em casos de complicações, como diabetes, hipertensão, restrição do crescimento, incompatibilidade de Rh, múltiplos bebês, problemas de localização da placenta ou de quantidade do líquido amniótico e sangramentos, são necessários mais exames”, afirma Abner Lobão Neto, coordenador do pré-natal personalizado da Unifesp. Quando a gravidez é de risco, algumas vezes recomenda-se realizar o ultrassom diariamente.
Fazer muitos é perigoso?
Não há estudos conclusivos que comprovem o risco. “Com o avanço da tecnologia, tem-se cada vez mais qualidade na imagem e segurança para a paciente”, diz Carvalho. De qualquer maneira, não é recomendado fazer ultrassonografias apenas por curiosidade, sem indicação do obstetra.
O 3D e o 4D são necessários?
Eles são indicados apenas se o convencional, o 2D, indicar uma suspeita de malformação. Nesses casos, é coberto pelo convênio. Mas muitos casais acabam fazendo porque o exame, cujo valor gira em torno de R$ 720, oferece uma imagem melhor do bebê. No 3D, um software forma imagens em três dimensões, considerando altura, largura e profundidade. Às três dimensões, soma-se o movimento e têm-se o 4D. Então, o 3D seria como uma foto e o 4D, um filme.
Caso queira ver a matéria na página da revista, acesse:
http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI267315-10484-1,00-POR+DENTRO+DA+SUA+BARRIGA.html