Brasileiros poderão comprar teste de HIV na farmácia e fazer exame em casa
Com 143 mil pessoas que desconhecem ser portadores do vírus no País, Ministério da Saúde solicitou à Anvisa que regulamente a venda dos testes no Brasil
Terça-feira, 24/11/2015 - Categoria: Medicina
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estabeleceu os parâmetros de segurança que permitem o registro no Brasil de auto-testes para a detecção do vírus HIV. A regulamentação é o primeiro passo para que empresas possam vender os exames no País.
A norma da Anvisa atendeu a pedido do Ministério da Saúde, que solicitou o apoio para regulamentar a comercialização. Abrem-se, assim, as portas para que o diagnóstico seja feito em total sigilo, em casa.
O exame consegue detectar a presença do vírus a partir de amostra de fluido da gengiva ou da bochecha. O resultado sai em 30 minutos. Como em testes de gravidez, um risco vermelho indicará negativo; e dois riscos sinalizarão o resultado positivo.
O objetivo da iniciativa é que mais pessoas fiquem sabendo se são portadoras do HIV e iniciem o tratamento. Estimativas do Ministério da Saúde apontam que cerca de 143 mil brasileiros desconhecem ser portadores do vírus.
Como o diagnóstico leva ao uso da medicação que faz com que o HIV fique indetectável no sangue, a estratégia também ajudará na redução da transmissão.
Quais normas os testes deverão seguir?
1) Os produtos deverão conter informações claras que indiquem seu uso seguro e eficaz, incluindo orientações ilustrativas de como fazer o teste e obter ajuda.
2) A norma também responsabiliza os produtores no esclarecimento quanto à janela imunológica humana, o intervalo de tempo entre a infecção pelo vírus e a produção de anticorpos no sangue.
4) Empresas deverão disponibilizar um telefone de suporte ao usuário 24 horas, durante os sete dias da semana. Uma embalagem contendo indicação do serviço Disque Saúde do Ministério da Saúde (136) também deverá vir junto com o produto.
5) Segundo a Anvisa, o resultado obtido no teste, seja positivo ou negativo, deverá ser confirmado por um serviço de saúde especializado e em testes laboratoriais.
6) A agência determinou também que o teste rápido não poderá ser utilizado na seleção de doadores em serviços de coleta de sangue.
Auto-testes já foram feitos em serviços de saúde no Brasil
Em janeiro desse ano, o Ministério da Saúde já tinha adotado programas especiais do auto-teste em campanhas com ONGs e serviços de saúde pública. O kit foi produzido pela Fiocruz.
Como nos testes a serem comercializados, o exame também é feito a partir de fluido extraído da gengiva e da mucosa da bochecha com o auxílio de uma haste descartável.
É preciso que a pessoa evite ingerir alimento ou bebida, fume ou inale qualquer substância, escove os dentes e use antisséptico bucal nos 30 minutos anteriores. Também é necessário retirar o batom e evitar atividade oral que deixe resíduo.
Fonte: Brasileiros