Brasil e EUA iniciam projeto de desenvolvimento de vacina contra o zika
Terça-feira, 02/02/2016 - Categoria: Medicina
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, anunciou nesta quarta-feira, em Montevidéu, que no próximo dia 13 técnicos dos Estados Unidos chegarão ao Brasil para iniciar um projeto de cooperação entre os dois países para desenvolver uma vacina contra o zika vírus, responsável por uma epidemia de "interesse mundial".
"O Brasil está atuando em diversas frentes para o controle do vírus, e a ação mais importante, para o futuro, é uma cooperação com diversos laboratórios para desenvolver uma vacina", disse Castro antes de se reunir com outros 13 ministros da Saúde da América Latina na sede do Mercosul na capital uruguaia.
A ação conjunta entre Brasil e Estados Unidos, acertada por telefone entre os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, será realizada pelo Instituto Evandro Chagas, o Instituto de Tecnologia Imunobiológica Bio-Manguinhos/Fiocruz e o Instituto Butantan, pelo lado brasileiro; e pelo National Institute of Health (NIH) e a Universidade do Texas, pelo norte-americano.
Além disso, Castro reiterou que há um "compromisso" por parte do governo brasileiro em fazer com que, "apesar das dificuldades econômicas enfrentadas pelo país", não faltem recursos para lutar contra esta epidemia, que se disseminou rapidamente após chegar às Américas no começo de 2015.
O ministro declarou que o Nordeste, região onde se concentram 86% de todos os casos da doença registrados no país, foi também a porta de entrada do vírus no continente, com o primeiro caso registrado no estado da Bahia em abril de 2015.
Castro explicou que, inicialmente, acreditava-se que os sintomas eram mais brandos que os causados pela dengue, mas a relação com a casos de microcefalia e a falta de conhecimento sobre o vírus o transformaram em um problema de nível mundial.
"Hoje a grande preocupação dos ministérios da Saúde de todos os países da América, e inclusive da Organização Mundial da Saúde e do presidente Barack Obama, é controlar a atual propagação do vírus do zika", ressaltou.
"Estamos trabalhando, cada vez mais, para confirmar mais casos por meio do ultrassom transfontanelar e tomografia computarizada", afirmou o ministro, que também destacou a liderança do Brasil no desenvolvimento de novos métodos que permitem em diagnostico da doença quando o paciente apresenta febre.
Sobre as medidas de combate em nível nacional, Castro destacou que é importante "destruir" o mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus, já que ainda "não há tratamentos ou vacinas" contra o zika.
Neste sentido, ele destacou "o maior esforço jamais feito na história do Brasil" para lutar contra o mosquito e conscientizar a população, já que, segundo ele, dois terços dos criadouros do inseto estão em residências.
Castro reiterou que a situação do vírus no Brasil está "sob controle", embora "um esforço maior sempre seja necessário".
Fonte: Terra