Aplicativos de celular incentivam pessoas a estabelecer cultura da prevenção da saúde
Segunda-feira, 21/09/2015 - Categoria: Bem Estar
Foi-se o tempo em que cuidar da saúde significava apenas ir ao médico. Hoje, “monitorar” o próprio corpo está cada vez mais ao alcance das mãos. Das pontas dos dedos, para ser mais preciso. Centenas de aplicativos lembram datas de exames, calculam calorias consumidas ao longo do dia e até checam batimentos cardíacos.
Para as mulheres, as maiores aliadas são as ferramentas para não esquecer de tomar a pílula anticoncepcional, acompanhar o ciclo menstrual e agendar a mamografia e o exame preventivo.
Seguindo essa tendência e inspirada no modelo norte-americano – onde médicos e pacientes interagem virtualmente com frequência –, a Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig) criou, no final do ano passado, um aplicativo voltado para a prevenção dos cânceres de colo de útero e de mama. A iniciativa foi desenvolvida em parceria com a LifeRank (rede social gratuita de cuidados com a saúde e armazenamento de exames).
Sintonia
Agora, o app LifeRank está em fase de divulgação. “A cultura da prevenção precisa estar na rotina do brasileiro. E é aí que entra o aplicativo. Ele funciona como uma agenda pessoal e vai avisando a paciente repetidamente. Por ele, também é possível o médico entrar em contato se notar que há exames em atraso”, explica o diretor de informática da Sogimig, Sandro Magnavita Sabino.
Para a publicitária Bruna Gobbi, de 33 anos, os aplicativos são verdadeiros aliados e permitiram que ela conhecesse melhor os sinais do próprio corpo. Há cerca de quatro meses ela utiliza um app de acompanhamento do ciclo menstrual. “Tenho muitas alterações quando fico menstruada. Meu corpo muda, fico mais inchada e sinto mais dor. Tem mulheres que percebem quando isso vai acontecer, mas eu não. Por isso, jogo no aplicativo. Para mim foi importante, porque agora consigo me preparar para esse período”, afirma.
Segundo ela, um dos maiores benefícios é ter todo ciclo registrado, inclusive o de meses anteriores. “Recentemente, fui a uma consulta e o médico me perguntou a data da minha última menstruação. Fiquei orgulhosa de saber a resposta exata, porque sempre falamos algo aproximado”.
Facilidades
De acordo com Sandro Sabino, além de facilitar a vida das mulheres, as plataformas online têm criado um meio de comunicação facilitada entre profissionais de saúde e pacientes, aproveitando um dos equipamentos mais utilizados pela população, atualmente.
“A medicina está caminhando para isso em todas as áreas. Esse é um caminho inevitável e não temos dúvida de que o futuro seja esse. Não há como fugir”, aposta o diretor de informática.
E, ao que tudo indica, as próximas gerações já nascerão íntimas desses recursos. Grávida de 17 semanas, a terapeuta ocupacional Camila Fontes, de 35 anos, já acompanha as etapas da gestação pela tela do celular. “Acho ótimo, porque dá para saber se está tudo bem, dentro do previsto, ou se precisamos de procurar o médico. Às vezes, o aplicativo até adianta coisas que vão acontecer apenas quando o bebê nascer”.
O uso de apps, aliás, já faz parte da rotina de Camila e do marido. Antes da gravidez, as alterações de humor eram acompanhadas por outra plataforma online. “Às vezes, a gente brigava e percebia que tinha a ver com a mudança hormonal”, diverte-se.
WhatsApp facilita interação entre médico e paciente
Não são só os aplicativos voltados para a saúde das mulheres que estão facilitando a vida delas. Baixado por aproximadamente um bilhão de pessoas em todo o mundo, o WhatsApp é um dos meios mais utilizados na relação contemporânea entre médicos e pacientes. Muitas vezes, a ideia parte dos próprios profissionais, que conseguem prestar auxílio imediato e dar orientações em casos urgentes.
“Para pacientes que precisam de fazer dosagem hormonal para começar um tratamento já prescrito em consulta, funciona maravilhosamente bem. Se não fosse assim, seria impossível começar o processo no mesmo dia”, explica o diretor da Clínica Vilara, Marco Melo, especialista em reprodução assistida.
De acordo com ele, o aplicativo também ajuda a diminuir a ansiedade das pacientes que tentam engravidar. “Ele nos auxilia muito na interpretação de testes de gravidez. Se fôssemos esperar a consulta para dar o diagnóstico positivo, haveria mais ansiedade ainda”, diz.
Atalho
No caso da advogada Emilly de Lourdes Vieira Gomes, de 28 anos, o contato via WhatsApp com Marco evita deslocamentos desnecessários, já que ela mora em Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha, e vem a Belo Horizonte apenas para fazer o tratamento. “Como moro no interior, nem tinha esses recursos. Comprei um celular novo só para poder me comunicar pelo aplicativo. Hoje, acredito que não fico mais sem ele, porque a gente se acostuma”, confessa Emilly.
O médico alerta apenas para o uso moderado. “Temos que colocar regras, senão, vira bagunça. E é importante ressaltar que não fazemos atendimento online, apenas orientações pontuais”.
Fonte: Hoje em Dia