Anticoncepcional pós-parto não diminui leite materno
Quarta-feira, 19/08/2015 - Categoria: Ginecologia e Obstetrícia
Médicos da USP (Universidade de São Paulo) afirmam ter obtido provas sobre a segurança do implante contraceptivo logo após o parto, para as mães e os bebês.
Segundo a equipe, implantar o contraceptivo que libera o hormônio etonogestrel imediatamente após o parto não altera a quantidade de leite na amamentação.
Para Giordana Braga e Carolina Vieira, essa segurança é importante para as mães que querem sair da maternidade sem a preocupação de uma gravidez indesejada ainda na amamentação.
O estudo envolveu 24 mães e seus recém-nascidos. Eles foram divididos em dois grupos: um em que as mães receberam o implante dentro das primeiras 48 horas após o parto e outro, o controle, cujas mães não receberam qualquer método contraceptivo.
Os resultados mostraram que a quantidade de leite materno ingerido pelos recém-nascidos foi semelhante nos dois grupos. O peso dos bebês também foi medido ao nascer e após seis semanas do parto. Essa medida também não mostrou nenhuma diferença entre os dois grupos estudados.
Implante de etonogestrel
O implante de etonogestrel é um método anticoncepcional disponível no Brasil há mais de 15 anos.
Ele apresenta a menor taxa de falha entre os anticoncepcionais disponíveis no mundo - cinco falhas em cada 10.000 mulheres, em comparação cinco falhas em cada 1.000 mulheres que fizeram laqueadura tubária, que muitos pensam ser o método mais eficaz disponível.
Este implante tem a forma de um bastão de 4 centímetros e é colocado, com anestesia local, abaixo da pele do braço. Ele libera um hormônio chamado etonogestrel por três anos, protegendo contra uma gestação não planejada.
Normalmente, o implante é inserido seis semanas após o parto e, desde 2007, "iniciamos estudos para antecipar o momento de inserção do implante. Fomos o primeiro grupo no mundo a iniciar esta prática, que hoje é recomendada pela Organização Mundial de Saúde e pelas organizações mais importantes do mundo como o CDC dos Estados Unidos", adianta a professora Carolina.
Fonte: Diário da Saúde