Aluna do curso de US em Emergências do CETRUS cria modelo de proteção para transdutor
Sexta-feira, 16/03/2012 - Categoria:
Após o último curso de Ultrassonografia em Emergência e UTI do CETRUS, a aluna Dra. Rita Terezinha Maciel Motta desenvolveu um método inovador de proteção de transdutor para ser utilizado durante o acesso venoso central guiado por ultrassom. Esta é uma alternativa simples e econômica à falta de material descartável.
Através dos avanços tecnológicos, avanços no desenvolvimento de equipamento, melhor portabilidade e maior interesse no treinamento adequado das equipes de profissionais que trabalham com pacientes críticos, os procedimentos invasivos guiados por ultrassonografia tem mostrado uma redução significativa das complicações. No caso da punção venosa guiada por ultrassom, é notória a diminuição dos casos de lesões vasculares, lesões nervosas, hematomas, pneumotórax e insucesso na inserção do cateter.
Desde o ano de 2001, a Agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde (Agency for Helthcare Research and Quality), publicou uma recomendação da utilização da punção guiada por ultrassom dentro das principais práticas de segurança e melhora aos cuidados ao paciente. Em 2004 o Instituto Nacional de Excelência Clínica da Inglaterra (National Institute for Clinical Excellence), recomendou o método de inserção de cateter venoso central através da veia jugular interna com auxílio do ultrassom em todos os pacientes, adultos e crianças, em situações eletivas.
Além da redução das complicações relacionadas à técnica de punção venosa tradicional, a punção venosa guiada pelo ultrassom é comprovada como método que diminui o tempo de execução do procedimento e redução das falhas de maneira geral, principalmente em relação às variações anatômicas vasculares da região cervical. Contudo, as infecções ainda permanecem como a maior complicação relacionada à punção venosa, de uma forma em geral.
Os principais procedimentos básicos profiláticos são os mesmos do método convencional, ou seja, devem ser utilizadas adequadamente assepsia e antissepsia, uso de dispositivos estéreis de proteção do transdutor do equipamento de ultrassom, gel estéril, entre outros.
Nem sempre estes dispositivos estéreis de transdutores estão facilmente disponíveis nos hospitais (Fig.1), assim como pode ocorrer falta transitória de fornecimento do material ou mesmo dificuldade para a compra, por isso recomendamos em nosso curso a utilização da manga dos aventais cirúrgicos estéreis como método alternativo de proteção.
A Dra. Rita Teresinha Maciel Motta, nossa aluna, além de médica, é diretora de uma empresa têxtil na cidade de Passa Quarto – MG – e desenvolveu um protetor de transdutor feito de tecido semelhante aquele dos aventais cirúrgicos (fig. 2), o qual pode ser esterilizado e utilizado além dos procedimentos para acesso venoso guiado por ultrassom e também em outros métodos diagnósticos, que exigem proteção semelhante.
O dispositivo em tecido é reutilizável, de baixo custo, fácil de ser manuseado e deve ser usado em conjunto com um preservativo estéril sobre o transdutor (Fig.3 e 4) finalizando, assim, a proteção completa do equipamento.
A partir do próximo curso de emergência e UTI, demonstraremos mais esta opção para os alunos do CETRUS.
Parabéns Dra. Rita e muito obrigado.
Dr. Adriano Czapkowski
Coordenador do curso de US em Emergência e UTI
1. Dispositivos estéreis de transdutores
2. Protetor de transdutor feito de tecido semelhante ao dos aventais cirúrgicos
3. Proteção usada em conjunto com um preservativo estéril sobre o transdutor
4. O equipamento fica completamente protegido para a intervenção